Caro Rui, se carregar 32 ou 34 gramas com a rapidíssima pólvora AS24 (indicada para 24 gramas) ou com a AS indicada para 28 gramas, por muita pólvora que lhe ponha, antes de a velocidade final do cartucho aumentar, a pressão será tal, que o resultado será primeiro rebentar o cano.

A diferença de velocidade de queima entre uma pólvora rápida, progressiva, ou semi progressiva, são milésimas de segundo, e nada têm directamente a ver com velocidades finais do tiro. A velocidade da queima tem a ver com pressões ideais e está directamente relacionada com o fulminante e a carga de chumbo empregue em um cartucho.
Uma pólvora progressiva, até pode queimar no mesmo espaço de tempo que uma rápida, porque, tendo maior carga de chumbo em cima, gera mais pressão, que ela precisa para conseguir queimar à mesma velocidade que faz uma carga leve numa pólvora rápida.

As pólvoras actuais, para queimarem precisam de determinada pressão, a carga faz esse efeito regulador.

Se utilizar na AS muito menos peso de chumbo que o indicado para essa pólvora, ela queimará mais devagar, que usando uma pólvora progressiva numa carga maior de chumbo.

A pólvora ideal é aquela que queime o mais progressivamente possível (mas que queime totalmente antes de a carga sair na ponta do cano) , e que impulsione a carga de uma forma não muita brusca apenas no início do cano, mas sim, aquela que vá gerando os gases ao longo de uma grande parte do cano de forma contínua.

Já que dá o exemplo do Ferrrari, num arranque em que o que se pretende é velocidade final, de nada adianta ter uma caixa curta que é muito rápida para arranques e logo ao fim de percorrer 25 cms de cano atingir 390 m/s por segundo e já não passar mais daí. Quando o que se quer é muita velocidade final do tiro, vale mais acelerar progressivamente com uma caixa um pouco mais longa, e ao longo de quase todo o cano conseguir atingir progressivamente os 420m/s. É no segundo caso (por menores deformações dos bagos) que chumba e mata melhor.

Usar cartuchos com pólvoras com queima rápida em demasia para a carga, é meio caminho andado para ter cartuchos mais lentos na velocidade do tiro, rijos no ombro, e que chumbam muito aberto, ou que metem um bago para cada lado.

Depois, uma pólvora não é por si só garantia de coisa nenhuma, pois não havendo uma boa harmonização dos componentes, o tiro não será excelente.
Uma pólvora boa, basta estar "mal casada" com o fulminante errado, com a bucha errada, ter a dose de pólvora errada, ou a dose de chumbo errada em função da dose de pólvora, ou terem dado o aperto errado no cartucho, e independentemente da pólvora ser boa, o tiro não será grande coisa.

O Rui, se for ver uma tabela de velocidade dos cartuchos, verá que existem cartuchos de 36 gramas com pólvoras muito progressivas que conseguem ser muito mais rápidos que cartuchos de 28 gramas com pólvoras rapidíssimas.

Olhe, por exemplo, a pólvora lenta empregue nos cartuchos de aço novos da BlueSteeel, conseguem uma velocidade louca de tiro, que nenhuma pólvora muito rápida conseguiria dar. Com pólvoras muito rápidas em cargas maiores, a partir de certa dose não dá mais velocidade ao tiro, só aumenta é a pressão, até ao ponto de rebentar o cano e a carga de chumbo não ganha nem mais um pouco de velocidade que ganhava anteriormente com menos dose de pólvora.

O amigo, se visse uns testes num canhão balístico, perceberia num instante o que lhe estou aqui a tentar explicar com tanto palavreado.

abraço

Caro João percebi perfeitamente o que quer dizer, e estou de acordo com o que escreveu.
Obrigado

Já recebi algumas informações novas e parece que a Polvichumbo está a funcionar normalmente.
Segundo essas informações, a empresa em insolvência seria apenas a Tensofer, uma outra empresa do mesmo dono da Polvichumbo.

João Rodrigues escreveu:

Já recebi algumas informações novas e parece que a Polvichumbo está a funcionar normalmente.
Segundo essas informações, a empresa em insolvência seria apenas a Tensofer, uma outra empresa do mesmo dono da Polvichumbo.

Isso é uma boa notícia! Seria de lamentar que mais uma imprensa nacional fechasse, mas será que iram adoptar medidas que outros armeiros nacionais tomaram em relação aos componentes dos tiros, porque apesar de nunca ter sido adepto da melior, quem nunca ouviu dizer que os cartuchos da melior baixaram de qualidade desde que se mudou para o país vizinho?

também acho, mas ainda sao uns dos melhores

paulo lion escreveu:

também acho, mas ainda sao uns dos melhores

Eu pessoalmente já queimei algumas centenas dos Super GT mas nunca lhes consegui ganhar a mão, mas o problema nem sempre é do cartucho... hehehe

é isso, ja foram melhores, para mim os melhores de sempre foram os activ da polvichumbo

paulo lion escreveu:

é isso, ja foram melhores, para mim os melhores de sempre foram os activ da polvichumbo

Esses de facto tenho ouvido falar que eram uma pomada daquelas mas nunca atirei com eles...
Agora faço uma pergunta, porque será que o que é bom acaba por desaparecer???
Casos como o activ, os super gt já não são o que eram etc
Lembro-me de ouvir falar a cerca de 20 anos atrás de um cartucho de seu nome "leopardo" que a malta por estas bandas não queriam outra coisa, eram queimados aos milhares.
Mas acabaram por desaparecer.

pois é sempre assim

Os cartuchos super GT actualmente e para mim continua a ser um grande tiro, ao principio notou-se a diferenca mas agora parecem identicos aos que existiam antigamente, noto apenas que fazem um tiro um bocadito mais fechado.

Cumprimentos

Sergio

Por vezes grandes cartuchos acabam por que deixa-se de fabricar determinado componente e nunca mais se consegue ter o tiro que se tinha, acabando por os atiradores deixarem de comprar.

smarques escreveu:

Os cartuchos super GT actualmente e para mim continua a ser um grande tiro, ao principio notou-se a diferenca mas agora parecem identicos aos que existiam antigamente, noto apenas que fazem um tiro um bocadito mais fechado.

Cumprimentos

Sergio

Não terá a ver com a velha historia, de os tiros de inverno estarem diferentes do verão
De inverno os pombos só deitam penas e vão embora, e os mesmos tiros em Agosto vão buscá-los ás nuvens

nlidonio escreveu:

Não terá a ver com a velha historia, de os tiros de inverno estarem diferentes do verão
De inverno os pombos só deitam penas e vão embora, e os mesmos tiros em Agosto vão buscá-los ás nuvens

ó nuno mas até para isso á truques , eh eh eh .

pode ser isso tem de fazer cartuchos com aquecimento central para o inverno

santos77 escreveu:

nlidonio escreveu:

Não terá a ver com a velha historia, de os tiros de inverno estarem diferentes do verão
De inverno os pombos só deitam penas e vão embora, e os mesmos tiros em Agosto vão buscá-los ás nuvens

ó nuno mas até para isso á truques , eh eh eh .

A minha salamandra faz milagres

smarques escreveu:

Os cartuchos super GT actualmente e para mim continua a ser um grande tiro, ao principio notou-se a diferenca mas agora parecem identicos aos que existiam antigamente,

Amigo Smarques, ao princípio, nos primeiros carregamentos em Espanha, os Super GT vinham carregados com 1,65gr de pólvora Vithavuori N320, depois, e após as primeiras impressões do pessoal que os utilizou rectificaram a carga para 1,70 gr, e as queixas acabaram.
O mesmo para o Especial Batida que vinha com 1,80gr de pólvora, e depois passou para cerca de 1,85gr.
Uma coisa é testar os cartuchos com 21 graus e ver quais as pressões "mais correctas", outra coisa é utilizar os mesmos cartuchos a baixas temperaturas, e por norma, um cartucho que é bom no Inverno, numa manhã de rolas num dia de verão daqueles bem quentes poderá tornar-se excessivamente rijo. Não há bela sem senão...

Naturalmente, quando os cartuchos passaram a ser carregados em Espanha, só após surgirem as impressões dos caçadores na prática, é que depois foram ajustados alguns dos tiros.
É normal isso acontecer quando se muda de sítio onde se carrega, ou quando se introduz uma pólvora nova num carregamento, ou um fulminante, ou outro qualquer componente.
Anormal seria surgirem situações menos boas e ninguém corrigir nada, e portanto, no caso das correcções que a Melior fez, só se poderá dizer bem de uma marca que assim que detectou que alguns tiros não estariam o desejado pelos caçadores, logo de seguida corrigiu as cargas para melhor, e que eu saiba, logo após os primeiros ajustes iniciais, têm-nos mantido constantes e impecavelmente regulares.

abraço,
joão

Bom dia

Quanto aos cartuchos, antigamente so cacava com eles as perdizes, como ja tinha referido um grande tiro assim como o super veloz quando era carregado com a A1, depois quando houve a mudanca nao gostei do tiro e deixei de usar, no entanto tenho um colega que aos tordos no ano passado so atirava aos tordos com eles e sempre com muita regularidade, tanto me falou deles que me deu 2 caixas para eu experImentar nos tordos e realmente nada a apontar, apenas o preco (para os tordos nao ficam mto baratos). Na zona onde costumo atirar aos tordos normalmente a temperatura ronda sempre os 0 graus, isto pela manha (este ano nao aconteceu um dia estar -2).

PS:Por vezes as armas (acos dos canos) tambem influenciam o tiro como outros aspectos ja referidos nomeadamente a temperatura

Para mim a Melior conseguiu estabelizar os cartuchos e manter os carregamentos identicos
Sem grandes variacoes, coisa que noutras marcas por vezes quando faltam componentes nao acontece. Mesmo assim continua a nao ser a minha marca preferida.

Cumprimentos

Sergio Marques

Excelente tópico, com excelentes intervenções... Eu sou mais para o "ganda maluco"...quando erro a culpa é sempre da espingarda ou dos cartuchos...

Continuem que estou a seguir com bastante interesse

smarques escreveu:

no entanto tenho um colega que aos tordos no ano passado so atirava aos tordos com eles e sempre com muita regularidade, tanto me falou deles que me deu 2 caixas para eu experImentar nos tordos e realmente nada a apontar, apenas o preco

Amigo Smarques, concordo consigo, para 32 gramas, o Super GT é excessivamente caro para se usar nos tordos, especialmente para quem caçar a eles muitas vezes.
Também é marca que não utilizo por essa razão, e porque consigo os mesmos resultados com outros bastante mais em conta.
Abraço,
João

Eu continuo a gostar dos Melior e este ano vou continuar. a gastar deles.

Pessoalmente tanbem gosto dos Melior

Boa tarde, e como prometido, já fiz o teste com os cartuchos a frio.
Temperatura exterior - (20ºc)
Temperatura dos cartuchos que passaram a noite ao frio (4ºc) e depois 1 hora a (-4ºc) e transportados com alguns cubos de gelo, uma medição que fiz no local de tiro indicava (-2ºc).
Distância do alvo medidos com laser 45mts depois medi com uma fita métrica que indicou-me 44,43mts.
Tamanho do alvo 80/80 cm, uma toalha de mesa em papel.
J&G chumbo 9 - 348 (ponteira *** extended)
Polvichumbo 8 - 324 (ponteira *** extended)
Com os cartuchos em temperatura ambiente
Fiz asneira não levei J&G
Com polvichumbo - 306 (ponteira extended), e com briley LF - 349
Impressões - mesmo a esta distância o centro de tiro esta bem composto e sem grandes falhas, as abas, também estão boas, mas notei que havia espaço para um tordo.
Os chumbos ficaram completamente esmagados.