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Longe vão os dias em que o velho macho, grande navalheiro lhe fez a corte e lhe deixou os seus genes para que possa assim perpetuar a sua raça. Travou-se uma grande luta pela sua posse mas quem ganhou foi mesmo o líder do grupo, para ela tudo bem, os genes que lhe iria transmitir eram os melhores.

Na realidade ele é um grande vencedor, pois já enfrentou grandes rivais na escolha das suas fêmeas e não fosse a sua habilidade para lutar e se defender não viveria hoje, além de que já passou por inúmeras montarias onde os cães de agarre nunca conseguiram levar a melhor sobre ele, muitos ficaram isso sim com as marcas das suas navalhas no corpo, um legado para toda a vida.

Mas os dias que se passaram desde Dezembro, entre 110 e 130 não pode precisar muito bem, fizeram com que a sua barriga ficasse cada dia maior e também o seu humor e paciência para com o grupo já ter tido dias melhores. O bosque chama-a para que se refugie no seu recanto mais profundo e sossegado.

Partiu esta manhã, o local escolhido foi perto de uma boa seara de aveia e milho e também com bastante água por perto era o local ideal para escavar a sua toca.

Começou com este trabalho logo ao início da noite não se indo alimentar convenientemente como era hábito, qualquer coisa lhe dizia que tinha de se despachar, estava a chegar a hora e ainda tinha de trazer folhas para forrar o ninho para que a sua prole tivesse quando nascesse um ninho bastante confortável, onde se iriam livrar das placentas e dos cordões umbilicais pois é um trabalho que desdenha, a vida difícil de um javali começa logo a seguir ao parto, as lutas pela melhor teta o ficar de pé, é uma vida inteira em competição, a sua bravura tem por isso uma verdadeira razão de ser.

Na noite de 06 de Abril nasceram seis bonitos riscados, de manhã já se conseguem por de pé e estão agora a mamar como se o mundo tivesse parado e nada mais interessasse, pois é isso mesmo, durante duas semanas para eles nada mais vai interessar além de mamar e brincarem uns com os outros, é o início de uma nova vida de novos barrões dominantes e de novas girondas que chegarão a ser também elas dominantes nas suas varas, a sua ninhada é como que se fosse escolhida para liderar, tal são as suas raízes, do melhor que há.

Nestas duas primeiras semanas ela não se irá afastar por muito tempo, somente irá alimentar-se de ervas tenras e apanhar um ou outro rato, uma cobra ou lagarto que começam a sair da sua letargia invernal, voltando logo para junto dos pequenos listados, defendê-los-á com a vida se necessário, mas a sua experiência já é bastante razoável e saberá evitar os problemas, e aquele indivíduo que agora começou a vir visitar com uma certa frequência a seara de aveia e os milhos é que a preocupa um pouco mais, mas irá de certo ao fim destes dias afastar-se até outras paragens, com as outras javalinas do seu grupo e em comunidade criarão os filhotes longe das confusões, sabendo sempre que os perigos espreitam e são muitos, mas espera que ainda por muitos anos continue a dar o seu contributo para que continue a haver todos os anos vida nova no bosque.

Bela história amigo reizinho, pena que quando certos caçadores ''assassinos'' matam os listados, dizendo que são monteiros, lessem esta história e lhes pesasse na consciencia... e tivessem mais um pouco de respeito pela caça...


Desculpem mas ao ler a história tive que desabafar........

Bom dia,
Caro amigo nlidonio, a intenção de escrever esta história é mesmo sensibilizar algumas mentes que somente vêem a caça como uma data de espécies para abater e com o vício do petisco, etc.
A época que está a chegar é a do nascimento das crias de quase todas as espécies venatórias e urge defendê-las.
Obrigado pelo seu comentário.

Gostei!

Obrigado,
Amigo Silva são estes momentos de inspiração que me compensam os dias que faltam para poder ir para o campo outra vez.
O amigo Mota lá anda nas esperas e Deus queira que seja recompensado pelo esforço e dedicação.
É assim a lei da caça, e foi também o que me levou a escrever esta história.
Cmpts.

Pois é. O Mota la vai fazendo umas esperas, mas pelo que sei, este ano a coisa está muito fraca.
Eu bem me faço ao piso para uma petiscada de javali, mas ainda não calhou nada.

Por mim fico-me pela menor. A caça maior, impõe-me um sentimento de respeto estranho! Não sou fã.

Braz da Silva escreveu:

Pois é. O Mota la vai fazendo umas esperas, mas pelo que sei, este ano a coisa está muito fraca.
Eu bem me faço ao piso para uma petiscada de javali, mas ainda não calhou nada.

Por mim fico-me pela menor. A caça maior, impõe-me um sentimento de respeto estranho! Não sou fã.

Pois é estamos á espera do petisco, este que parece tardar em não aparecer... mas vamos ter fé que o mota algum javalizito dentro em breve...

Quanto ao gosto pela caça também fico pela menor... até ver...

Ora aqui está uma bela historia que certos perversos antes de irem para o campo deveriam ler. Gostei bastante Amigo Reisinho. Continue...

joão gil escreveu:

... Gostei bastante Amigo Reisinho. Continue...

Caro João Guil, pelo que parece o amigo Reisinho é um homem do norte "quase" perfeito! Pelo menos não é do FCP.
Sou da mesma opinião.
Amigo Reizinho, continue com histórias bem escritas como esta. Para além do teor, achei muito bem escrito.

É um Homem do norte perfeitissimo! Tenho muito bons Amigos no Porto e em Gaia (Quebrantões) também. Ai que saudades de uma bela francesinha...

Nao seja por isso!
Eu paaso-lhe a receita das francesinhas por mail.

Claro que lá no Porto o espírito para as saborear é diferente, mas quando se está muito tempo sem ir lá, fazem-se em casa.
Eu também temho uma paixão pelo Porto e pelas pessoas de lá (deixando de lado o FCP). A minha juventude e vida académica foi vivida lá.