jmet Aprendiz
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| Assunto: Abletes, barbos e o desígnio da Nação Seg Out 21, 2013 8:04 pm | |
| No Verão do ano passado, os meus amigos caçadores - e pescadores quando a caça está interdita - convidaram-me para nova pescaria, no mesmo local recôndito do Sorraia. “Vai ser outra bela pescaria e uma almoçarada das antigas”, disse-me o Antunes, de novo o organizador da expedição.
Como no ano anterior, ele, o Matos e o Batista entretiveram-se a apanhar abletes. E eu dediquei-me aos barbos, à inglesa. Depois, veio o inevitável pic-nic.
O Matos levou novamente o vinho, da colheita pai, da zona do Cartaxo. A mesa foi igualmente farta e o vinho arrancou as costumadas exclamações de agrado.
À semelhança do ano anterior, o Antunes, quando topou que o Batista tinha a sua garrafa quase vazia, começou a espicaçar-lhe a veia poética. O Batista, como de costume, fez que resistia, mas acabou por declarar:
- Bom, então lá vai...
Voltei a sacar do mini-gravador que me acompanha sempre e registei o seguinte, que aqui partilho convosco.
Disse o Batista, erguendo-se e modulando a voz:
- Correspondendo aos pedidos insistentes dos meus amigos, e pela muita consideração que tenho por vós, de minha autoria, vou recitar mais um tributo ao irresistível néctar:
Ah!, se todos fossem como o avô...
Quando penso em vinho penso no avô homem do campo arrostando com o sol parcimonioso, assim como eu sou afoito na vida e moderado c’o briol
Apenas bebia em ocasiões particulares Ao matar de bicho matinal ao chegar cedo aos pomares a meio da manhã, nalgum pinhal
Bebia bem ao almoço, lá p’rás treze à tarde nem tanto, nada disso só para matar a sede, várias vezes e outras com uns nacos de chouriço
De regresso ao lar nada de excessos Uma breve paragem na taberna sorvendo de passagem três canecos e ala que se faz tarde pela berma
Na ceia farta - janta de trabalhador - permitia-se uma certa relaxação Comia bem, quase com amor e despejava à vontade meio garrafão
Depois falava e era eloquente Lembrando que o vinho era dádiva de Deus sorvia uns copinhos de aguardente e vituperava bêbados e ateus
Por fim ia recuperar de toda a canseira tropegamente à avó dando a mão sabendo consolado que à cabeceira repousava bem cheio um canjirão
Ah!, se todos fossem como o avô... cumpria-se o velho desígnio da Nação embora doendo a quem calhou matava-se bem a fome a um milhão
De novo, o Batista foi aplaudido de pé. E todos concordaram que o avô do Batista, afinal, não diferia muito dos do restante pessoal.
Outros tempos... |
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João Gil Administrador
Sexo : Nº. Mensagens : 30750 Idade : 57 Localização : Costa da Caparica Ocupação : muito ocupado Humor : sempre Data de inscrição : 09/12/2009 Pontos : 36162
| Assunto: Re: Abletes, barbos e o desígnio da Nação Seg Out 21, 2013 8:15 pm | |
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cordovaguty Membro Veterano
Sexo : Nº. Mensagens : 1727 Idade : 46 Localização : Estremoz Ocupação : ----------- Humor : depende da lua Data de inscrição : 09/09/2012 Pontos : 1864
| Assunto: Re: Abletes, barbos e o desígnio da Nação Ter Out 22, 2013 12:51 am | |
| Allo.. Depois disto Deu um belo resultado |
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jorgemeida Moderador
Sexo : Nº. Mensagens : 9468 Idade : 59 Localização : lisboa Ocupação : eletrecista--desempregado Humor : razoavel Data de inscrição : 19/04/2012 Pontos : 10917
| Assunto: Re: Abletes, barbos e o desígnio da Nação Ter Out 22, 2013 10:14 pm | |
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| Assunto: Re: Abletes, barbos e o desígnio da Nação | |
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