16/8/2015

Há hora aprazada lá estávamos eu e mais dois companheiros  a caminho do local do crime.
A viagem tanto à ida como à volta decorreu sem problemas e com as paragens do costume para reabastecimento de sólidos e líquidos, e também para aliviar a bexiga.  
Chegámos ao local ainda de noite e o gestor fez o sorteio das portas e colocou-nos no sitio... isto é disse é ali naquele chaparro eu fiquei na porta 1 um dos "coxos" que foi comigo ficou na porta  2 o outro coxo na  porta 3 mas já  noutra zona.
Não levamos abrigos e nem conhecíamos o sitio e isso revelou-se um erro crasso.
Nasceu o dia e na reserva ao lado era tiro que fervia, parecia que tinha começado a invasão do Alentejo.
A que eles atiravam não sei não se via nada no ar  a não ser estorninhos mas se calhar aquela reserva tinha muitos rolas muitas turcas muitos torcazes muitos lombrigueiros sei lá que mais .
Nós ali nada.
A páginas tantas começo a ver uns torcazes a passar por cima da porta 2 mas o "camarada" estava metido dentro da àrvore e não os via.
E aquilo continuava rolas e torcazes a passar a tiro ao artista e este "moita".
eu bem assobiava e gritava mas o individuo, vim a saber mais tarde ainda era mais surdo do que eu...   eheheh e mais cegueta do que o mister Magoo.
Eu danado saio do abrigo para me mudar mais perto da passagem, dos bichos mas  sem a cortar porque não gosto de fazer isso a ninguém assim como não gostava que me fizessem a mim  e quando estou descoberto vêm duas rolas altas de frente, que quando me viram começaram a  mudar de direcção.
Levanto a arma e dou um tiro a uma mas já em desespero  esta ferida abriu a asa e foi morrer a casa do caral...o mais velho. Caiu no no restolho longe da vista nem a vi cair e portanto.
Mais tarde  mal encoberto por umas silvas veio um pombo que ao ver-me  mudou rápidamente de rumo para para o lado que atiro mais mal...    e foi-se.
E eu a continuar  ver torcazes a passar por cima do outro eu a gritar e a assobiar e  ele nada.
A páginas tantas e já ás 9 da manhã deu-me aquela vontade de estrumar o terreno saio do sitio onde estava meio abrigado quando vou na limpa em direcção...a ao sitio escolhido oiço um tiro do "meu companheiro" o único que lhe ouvi...e vejo vir um torcaz na minha direcção que quando me viu desatou aos ziguezagues  virou para dentro de um chaparro ainda levou um tiro dentro dos ramos e  foi-se.  
O outro "colega" da  3 diz  falhou quatro torcazes  por não ter aguardo e que derrubou um torcaz dentro do girassol mas não o achou (esse tá mesmo coxo...).
Um outro "artista " que estava com ele na porta 4 também não matou nada.
Na porta 5 e na porta 6 só um é que cobrou um torcaz e uma rola...eu vi os bichos mortos.
Farto daquilo e lá pelas 9 e tal vou arrumar a  tralha para me ir embora e quando estou a falar com com um "amigo" ao telefone vejo mais 5 torcazes baixos mesmo a passar por cima do fulano da a porta 2.   eu  bem gritei bem assobiei e ele nada.
Fosga-se.
Era o único ali que podia ter enchido a mala...
Conclusão só houve um dos que lá estavam  que não é coxo de certeza que matou 1 rola e um torcaz.
À uma da tarde estávamos em Lisboa com três chibatos   lindinhos e limpinhos  
Se for para lá na quinta vou levar a barraca e se for sorteado para aquele chaparral e me tocar a porta 2 já sei onde me vou colocar ..
Me aguardem

23/8/2015
Mais um dia na ZC...
Já se vê uma boa concentração de rolas e de torcazes no girassol e nas restantes culturas.
Estamos bastantes esperançados que em em Setembro como é habitual naquela zona se concentre um grande numero de rolas e também de torcazes e que o pessoal faça lá umas faenas giras
Ontem por exemplo faltavam lá espingardas, para fazer a caça mexer e "controlar" as passagens.
Por "sorte" ... calhou-me a porta do "coxo" do Domingo passado deu para ver algum movimento, pouco nada comparado ao anterior.
Não há passagens fixas quer para a comida quer para a água e isso viu-se ontem havia bastantes movimento longe daquela zona ao contrário do outro Domingo que a caça concentrou-se mais ali.
Levei o abrigo e estava sentado muito quietinho quando me aparece pela frente um bando com umas oito perdizes que pararam ali a comer à minha frente descansadinhas, gordas. Mal me mexi ...lá vão elas "bravas" não da tanga da farinha.
Ali naquela ZC enorme também vai dar para brincar...há lá muita lebre e muita perdiz.
Mesmo assim na hora e meia que lá estivemos ainda deu para enganar um torcaz, dum bando de 20 e tal que me entraram um pouco longe mas baixos da minha esquerda para direita (bem que tentei o doble mas não consegui ... e uma rola que de um bandinho de três altinhas foi a que estava mais a jeito para mim levou o tiro abriu a asa e entrou num chaparro aí a 100m.
Fui lá andei de nariz no ar e nada. Pensei já foi, tá lá num ramo anichada ou voou para outro chaparro não vi e já foi.
Passado um bocado fui lá outra vez e estava caída no chão morta.

Um torcaz gordo e uma rola assim assim.

27/8/2015
E fomos navegando por esse Alentejo fora no meio do nevoeiro.
E chegados ao local o nevoeiro estava cerrado.
E eu não gostei nada do sitio onde iria caçar sujo sujissimo, pasto alto, muitas silvas grandes caniçais.
E veio um torcaz que levou dois tiros e foi cair dentro e bem dentro de um silveirão maior que uma camionete de carreira. E ficou lá .
E passado um bocado veio uma rola que levou dois tiros e foi cair dentro de uma vala com uma caniçal impenetrável. E ficou lá.
E depois apareceu-me um torcaz baixo, mesmo em cima de mim não contava com ele apareceu quase à traição meti a arma à cara torci-me todo tipo saca rolhas disparei e o malandro foi-se.
E depois disto e já farto arrumei a tralha e fui para o carro porque assim tinha de ser e ala que já era tarde.
E vim para casa chateado que nem um peru pois detesto perder caça e hoje vim com um chibato lindinho limpinho daqueles mesmo fodi...s.
Mas em contrapartida para não ser tudo mau... arranjei uma dor nas costas, ciática, perna esquerda presa, que estou aqui todo empanado. Domingo hummm não sei não...

30/8/2015
Grandes expectativas face ás noticias que nos chegaram que com estas "luas" a bicheza movimentou-se.
Algum fundo de verdade devia ter esta história pois nos arredores da nossa reserva era tiro que fervia.
E assim fomos todos contentes pela madrugada fora.
Como mudámos de caminho ficámos "agarrados" pois na nova rota estava o comércio todo fechado e eu até estava zonzo tal era a fominha.
Mas o Rei manda marchar e assim foi.
Montei a barreca, não havia uma pinga de vento.
E quando raiou o dia os bichos começaram a movimentar-se da forma habitual. De Norte para Sul.
E veio uma rola alta e larga um tiro e caiu.
Isto está a começar bem pensei eu.
E pus a rola no chão dentro da barreca.
Mais tarde distrai-me e pisei-a .. fosga-se rola espalmada.
E a páginas tantas o vento deu a volta de Sul para Norte e começaram a passar bandos de torcazes e algumas rolas mas tudo alto ou distante como o raio.
Eu bem fui fazendo alguns tiros, aos que me pareciam estar mais a jeito mas nada ficou.
O mal é que foram poucas espingardas...mas é o que temos.
Já quase ao fechar a loja veio uma rola assim para o larguinho dou-lhe um tiro ela abre a asa e caiu mas caiu dentro de uma vala e eu bem que andei lá às voltas mas nada. Ficou lá.
Viemos embora fomos comer uma bifana...beber uma bica e ala casa.
Uma rola espalmada.

Belos relatos de jornadas de caça, amigo Manuel Rendeiro.

Há que continuar... boas caçadas!

Rola espalmada eheh

Boas amigo António!

"Sai um Rola espalmada para a mesa 6!!!"

Boas caçadas amigo!

5/9/2015
Dia com pouca história.
Já aborrece nunca mais abre a "geral"...
Chegar ao local ao romper da manhã, armar o abrigo e esperar.
As rolas vinham na direcção contrária ao que é costume mas como estava bem tapado foi o que me valeu.
Apareceu um par de rolas aos ziguezagues "na brasa" pelo meio do montado.
Um tiro, nem deu para mais e caiu uma.
Mais tarde, meia hora talvez, de um bando de rolas, também na "brasa" escolhi uma que me pareceu mais mais a jeito um tiro e caiu.
Mais nada passou a tiro.
Regresso a casa sem problemas.
Amanhã há mais

Grande eficácia, amigo Manuel Rendeiro.

Que assim continue!

Parabéns.

Obrigado amigo Paulo Ferreira

Já agora não quero deixar de comentar que depois de inúmeros testes falhados (e por falhados entenda-se a caça a ir embora... bye bye   )  parece que "acertei" com o cartucho, para mim:D
J&G 32grs chumbo 7 e 6 Pólvora A1.
E devido aos problemas que tive com a minha "velhinha" Benelli tive que a vender e adquiri uma  Benelli Montefeltro Mancino Alma 18.3 cano 71cm choques interiores crio??. Atiro normalmente com choque 3*
A arma tem uma chapa no interior da coronha que dá para fazer salvo erro 24 alterações ao "cast" para além de se poder subir e baixar o cano.
Quando a comprei gastei umas manhãs aos tiros na "chapa" da carreira de tiro da Ota e fui munido de ferramenta apropriada para modificar as regulações, a fim de adaptar a arma "a mim".
Quando achei que estava "au point" levei a arma ao Sr. Gonçalves de Palmela (Aires), para me cortar a coronha à minha medida ... tenho o antebraço curto e ver se tinha acertado nas regulações.
Acertei nas regulações   e o corte da coronha e com acerto da chapa de coice  ficou um excelente trabalho.
O Homem é mesmo bom... muits espingardarias da zona de Lisboa recomendam-no.
Depois disso, depois de tudo pronto  fiz alguns percursos de caça e compak para me habituar à arma e ela habituar-se a mim e fiquei surpreendido pela positiva com os resultados que obtive, sou um nabo aos pratos e não só...  e pela suavidade de tiro.
Quase que não se nota quer o recuo quer o salto tão característico das Benellis.
E com este "material" vamos cobrando uma peçitas...

6/9/2015
Grandes expectativas face ao que tinha sido avistado no dia anterior, na ZC...mas as rolas mudaram de sitio, certamente  por culpa do vento que mudou de quadrante.
O vento mudou Oeste para Leste e pouca coisa se avistou comparativamente aos dias anteriores muito em especial no dia anterior
De manhã apareceu-me uma casal de rolas a jeito  falhei-as bem falhadas, atirei por cima do pano do abrigo e levantei demasiado o tiro.
Depois passaram-me umas três rolas boas, disseram-me mais tarde os companheiros,  mas não as vi.
Regresso a casa sem problemas depois de passarmos pela outra ZC onde fomos repor água e trigo nos comedouros.
Mesmo no adiantado da hora e com calor deu para ver em locais diferentes dois bandos bem compostos, um bando  com umas 10 ou 12 perdizes e outro com cerca de 15.

Manuel, já aqui dei algumas vezes o contacto do Sr. Gonçalves a companheiros, para alterar ou arranjar coronhas ou acertar, é a unica pessoa que mexe nas minhas armas.

Rui Militão escreveu:

Manuel, já aqui dei algumas vezes o contacto do Sr. Gonçalves a companheiros, para alterar ou arranjar coronhas ou acertar, é a unica pessoa que mexe nas minhas armas.

já enviei para lá mais dois marteleiros que vieram satisfeitissimos com o trabalho.

Como se costuma dizer o homem anda á muitos anos a virar frangos.

3/10/2015
Benelli Montefeltro Choque 3*** Cartucho J&G 7 e 6
ZCT Almarjão
Abetes 1 perdiz
Levei uma tareia, estou aqui que nem posso, quando me mexo ou tento o corpo recusa-se protesta e nega-se.
A entropia é uma coisa lixada, toca a ninguém escapa a não ser que morra novo.
Quer isto dizer que ontem começou a brincadeira ás vermelhinhas e da maneira como o o dia estava ontem, calor e como está o solo seco sequíssimo, era de esperar um grande dia de trabalho.
Começou mal não percebi, não ouvi pronto, estou surdo que nem uma porta como se ia fazer a volta e fui para uma ponta quando devia ter ido para outra. Se fosse fazer a ponta esquerda podia ter morto uma lebre e algumas codornizes a saída do carro assim nem as vi. Mais tarde num encadeado de cabeços perdi os companheiros de vista, esperei esperei não mais os vi e comecei a dar a volta sozinho. E se andei e andei e suei que aquilo ali é duro. E das centenas de perdizes que se via ali há uns tempos atrás e das lebres onde é que elas se meteram?
Não vi nada de nada isto é a verdade.
Já a desesperar com mais de duas horas andadas ao descer uma cabeço numa aberta, ouvi aquela barulho característico de um "turbo" forte e eis que a vermelha se levanta a pique aí a uns 20 m e para o "lado que atiro menos mal" um tiro, uma explosão de penas vejo-a cair no mato e nem me preocupei muito em correr pois sabia que ela dali não se mexia.
Estava lá uns metros mais à frente, um bom bicho perdiz do ano passado. Grade safa.
Depois cheio de "vento" pensei vou buscar o par desta pensei, mas qual quê, andei andei e se andei por aqueles terrenos sujos e quebrados e nada nada bulia nada se mexeu nada se levantou nem longe nem perto até depois das 13h estoirei arreei o cabaz o corpo disse-me " chega" o sentei-me e estava a ver que não me conseguia levantar tal as dores e o cansaço acumulado . Mais tarde lá me consegui arrastar até ao carro e esperei pelos colegas, mais novos, que também chegaram todos partidos. E dos cães nem é bom falar .... Tripas tiradas à perdiz, mais um repor de agua nos bebedouros e ala para casa com uma paragem para morfar duas bifanas à moda do zig-zag.
Estou em recuperação
Quinta há mais

Grande abraço...boas continuações...

Já se safou amigo António!

Muito bom Nascimento!

Uma perdizinha e... um belo relato!

Boa recuperação e continuação de boas caçadas (e relatos das mesmas).

Parabéns.

Dia 18/10/2015
Vidigueira
Arma  a mesma como mesmo choke
Cartuchos os mesmos.
Chibo o mesmo... é a continuação

Salvou-se a companhia, a alegria a boa disposição naquele carro foi uma constante.
Quanto ao resto e o resto que aconteceu e que não devia acontecer é para esquecer.
Terreno barrento a fazer botas de lama de 10 kgs em cada pé
Caça avistada uma lebre a 1km e ouvidas umas perdizes numa parte de árvores e mato fechadas ... ouvi não as vi.
Mais duas ou três lebres a correr numa vinha onde não se pode atirar.
Colega numa porta a dormir a mulher desse colega a fazer barulho, não se calou a falar e a soltar cães


Foi por estas e por outras mas mais por estas  "gentes por este lixo branco"  postores filhos dos postores e sei lá eu quem mais que não prestam para nada que é o que há de mais por aí, que fez com que muitos milhares de homens honestos, íntegros respeitadores educados,  por não quererem pactuar com vigarices trafulhices e chico-espertices e filhodeputices tenham deixado esta "arte" que era...era de cavalheiros.

22/10/2015
ZCT perto de Colos
Arma  a mesma com o mesmo choke
Cartuchos os mesmos.
Chibo o mesmo... é a continuação  


Fez-me alguma confusão chegar tão tarde ao campo, mas os afazeres profissionais de um colega assim o determinaram e trabalho é trabalho há que respeitar.
Para mim ver nascer do sol no campo é uma coisa que é bonita e alegra estes meus olhos de "alfacinha" -
A natureza a acordar a espreguiçar-se o astro-rei a dar as boas vindas aqueles  cambiantes de luz e de sombra sentir o cheiro a terra molhada, perfurar aquela neblina resultante da evaporação.
Sentir ver  "isto" é um dos motivos, há outros claro, que me faz levantar cedo fazer e fazer quilómetros.  
È vida.  sunny sunny

Mas deixemos de poesias campestres que o negócio aqui é outro é caça.
Formada a linha à saída do carro ainda não tínhamos bem esfregado os olhos levantou-se um bando de perdizes à frente da ponta direita da linha que levantou bem alto  passaram a um  colega à minha direita e a mim mas a uma distância  razoável e a 300...
Tiros atrasados e foram-se embora.
Começou o calor a apertar e nós sempre a dar gás por aqueles pastos, volta para ali volta para aqui e nada de nada.
Até que chegámos a uns encadeados de cabeços uns subiram a direito eu dei a volta a meia encosta.
Quando estou a chegar ao altiplano olho para o meu lado esquerdo e aparece-me uma perdiz de asa aberta aí a uns 20 m.
Quando percebi o que aí vinha e instintivamente coloquei a arma à cara o bicho já não estava lá... Shocked era aquele "buraco" e mais nada . depois quando a vi já ia longe.
Mesmo assim ainda lhe aqueci a cauda.  
Já agora um pequeno parêntesis, não é desculpa de errar ou coisa que o valha, mas para mim o calor tem muita influência na minha concentração e nos meus reflexos. E andar a caçar mais de três horas com perto de 26º não ajuda muito...ao meu melhor desempenho.
Mais uns cabeços e decidi vir por baixo pois já estava mais para lá do que para cá, até que entrámos num montado sujo onde as perdizes se acolhem quando tocadas
Coloquei-me numa ponta e espero pela linha.
A páginas tantas ouço um tiro e ponho-me a olhar em frente não se desse o caso de vir alguma coisa em voo rasteiro.
Estou nestes preparos quando vejo uma sombra no chão, intui mais que vi que era uma perdiz a voar por cima da copa das árvores. Dois tiros "a cáculo" - não a via - de traz para a frente e nada. Seguiu.
Ida para o carro, reunião  hidratação, muda de roupa, a camisola torcia-se de tão empastada de suor que estava.
Regresso a casa sem problemas com uma paragem no zig-zag, para retemperar forças com uma bela sopa e uma excelente bifana.

Dia 24/10/2015
22/10/2015
ZCT perto de Colos
Arma a mesma com choke 4 estrelas
Cartuchos os mesmos.
Abate 1 lebre


O titulo deste dia de caça devia ser este "Raindrops keep falling on my head"(Pingos de chuva continuam caindo sobre a minha cabeça) pois a chuva foi tanta que caiu durante a caçada que mais parecia o dia do Juizo final.
Fomos dois, fomos tarde mas fomos, e lá chegados troquei as botas por galochas e meti as calças por dentro das galochas, erro parvo de principiante e mais tarde paguei esta artistice bem paga pois a água da chuva e que me escorria das calças e do casaco de oleado entrou directamente para dentro das botas e fiquei com os pés metidos dentro de duas piscinas...
Começamos a volta a bater um montado e vejo uma lebre a furtar-se longe e logo a esconder-se mas ainda levou dois fogachos no befe, a cálculo para o local onde fugiu pois os cartuchos fizeram-se para gastar e não para ficar na arma. Ainda andei lá às voltas mas o bicho foi-se.
Depois foi só andar andar e nada se levantou nem a mim nem ao meu colega
Só chuva e muita.
Mais algumas voltas e entrámos no pasto
Num local com árvores assim para o fechado levantaram-se duas perdizes, intervaladas à frente do cão do meu colega - excelente trabalho do animal durante toda a manhã - que não as viu.
Se tivesse mais adiantado e não em paralelo com ele podia ter tentado o tiro assim via-as passar.
Parámos para conversar para acertarmos agulhas quanto ao novo caminho a seguir quando o Nelson diz "olha olha" e faz o gesto, logo interrompido de meter a arma à cara (eu estava na linha de tiro) eu viro-me de súbito e vejo uma lebre a tentar a fuga dou um tiro e enrolo-a e o cão vai buscar o bicho atrás de uns matos onde ela se tinha escondido. Dava para ver, onde estava mas o mimetismo daqueles animais é fabuloso, confunde-se com o chão.
Lebre nova deste ano.
Estávamos a tentar pendurar o bicho quando se levanta uma perdiz e seguiu o mesmo caminho das outras.
Decidimos ir bater uns pinheiros onde elas se acoitam mas nada continuamos pelos pastos fora até que vejo uma outra lebre a fugir ao cão.
Não deu para fazer tiro eu por estar longe o Nelson nem a viu.
Mais conversa, o Nelson queria fazer a volta assim assado e eu disse-lhe que já estava com água pelos cabelos e com os pés miseravelmente encharcados e doridos e esfolados de roçar nas meias molhadas dentro das botas e que ia a caminho do carro.
Ele seguiu e eu fui andando lentamente para o carro. Não me recordei que pelo caminho havia uma lagoa... foi pena aproximei-me "à confiança" a descoberto e saíram de lá dois patos... que não me deram hipótese de tiro.
Depois foi uma caminhada lenta e penosa até ao carro ainda vi uma perdiz ao longe a fugir ainda andei a "pastar" dentro do montado" "just in case".. não fosse alguma "coisa" sair do quentinho e arriscar-se a levar chumbo em cima mas nada.
Chegados ao carro foi mudar de roupa e de calçado (não levei calças para mudar e ala para casa com paragem no zig-zag para uma sopa e bifana.
O caminho para casa foi feito debaixo de chuva e depois e já em casa fui tratar da "matadeira" que tadita muita água apanhou naqueles mecanismos... e a seguir tratei da roupa das botas e de mim especialmente dos meus pobres pés.

Vá lá amigo António, pelo menos arranjou um Feijoadazinha de Lebre!
Quinta també vou lá sofrer!!!

E as lebres dessa zona sem bem boas!