No último Verão, eu, o meu amigo Ernesto e o seu primo Abílio fomos fazer uma pescaria de barbos à inglesa no Rio Sorraia, a jusante de um areeiro que por lá existe.
Os barbitos colaboraram. Todos de talha pequena ou média. O dia estava esplendoroso e, cada um no seu pesqueiro, íamo-nos entretendo, pescando e libertando de imediato, sem sequer utilizarmos as mangas.
Às tantas, o Ernesto, que devia o nome ao facto do pai ter pretendido homenagear o revolucionário Che Guevara, gritou-me: - Eh pá viste isto!?...
- O quê? Não vi nada, estava a olhar para a minha bóia. O que é que foi?
- Ferrei um peixe, estava a trabalhá-lo e, de repente, senti um puxão forte. Olha para isto... O que é que fosse partiu-me a linha a linha e ficou-me com o barbo.
Entreolhámo-nos, espantados. Então, o Abílio alvitrou: - Se calhar foi uma lontra. - Pensámos um pouco na hipótese, tendo eu dito, pouco depois. - Não me parece, as lontras, geralmente, têm hábitos nocturnos.
O que seria, o que não seria?... Talvez um achigã grande ou uma lúcio-perca, alvitrámos nos palpites que se seguiram.
- Ná!... - Disse o Ernesto, por fim. - Cá para mim isto foi uma lontra. Se fosse peixe fazia uma rabujada grande à superfície da água. E não fez.
“Não”, “sim”, “talvez”..., dissemos nós, sem que se fizesse qualquer luz sobre a questão.
E aqui chegados, peço ajuda aos experientes pescadores aqui do fórum.
Qual a vossa opinião?
Será plausível que fosse uma lontra, cerca das 10 da manhã de um ensolarado dia de Verão?...
Aceitam-se palpites.