«Não podemos continuar a ser humilhados e a ser tratados como malfeitores!»

Caros companheiros de caça: Depois de terem lançado a ideia de que havia infiltração de criminosos na aquisição de licenças de armas de caça, os Caçadores tornaram-se no inimigo público nº 1 deste País.

Obrigaram-nos a apresentar prova de não nos drogarmos e são conhecidas as buscas às residências de caçadores, sem a preocupação com as perturbações que essas buscas inúteis criaram junto de vizinhos e familiares.

Recentemente, tornou-se obrigatório fazer exame sobre manuseamento e conhecimento de armas. Aquilo que muitos de nós já fizeram nos cursos de oficiais ou sargentos milicianos ou simplesmente durante a recruta.

Perguntamos: o que é que aprenderá a mais sobre armas de caça quem fez o serviço militar e é caçador há dezenas de anos?!...E para que servem esses conhecimentos, se já no tempo da recruta o que importava era a prática?!... E esses cursos inibirão uma pessoa mal-formada de dar um tiro noutra ou a serrar os canos da arma para fazer um assalto a um banco?!...

Então, por que não impõem testes psicológicos?!... E, se estes têm uma larga margem de erro, por que não passam a exigir um teste ao ADN?!... É que há quem pense que a genética pode descobrir a tendência para o crime!

Não lhes parece que este patético espírito de tudo controlar, numa espécie de “construção”do “caçador puro” é muito semelhante ao espírito que levou à procura da raça pura?!...

Com tanta falta de policiamento de rua, não seria mais inteligente deslocar os polícias amarrados a essa carga de exames de efeitos inúteis para outros assuntos mais importantes?!...

A esta situação já se acrescenta uma outra: a caricata campanha de defesa dos direitos dos animais!... Como atribuir direitos a quem não tem responsabilidades para cumprir deveres?!...

Estão a fazer dos caçadores uns monstrozinhos, sem alma nem princípios. Ortega e Gasset escreveu um livro interessante sobre “Caça e Touros”, mas esta gente que nos “governa” lê pouco e sobre caça só entende o que lhe aparece no prato.

Precisamos de tomar posição! Estamos cansados de sermos sujeitos a todo o tipo de vexame. É preciso dignificar a imagem do caçador!

Temos de lutar pelo direito a que nos respeitem como pessoas dignas e não mal-formadas.

Precisamos de exigir que este governo deixe de burocratizar, com exames inúteis, como o de manejo de armas a quem fez o serviço militar ou já é caçador, a prática deste desporto.

Não podemos aceitar que os nossos filhos tenham medo de dizer que o seu pai é caçador.

Para prestígio deste desporto, que dá milhões ao Estado, tomemos posição.

Escrevamos cartas ao Primeiro Ministro, ao Ministro da Administração Interna e ao Ministro da Agricultura e, se não nos ouvirem, desenvolvamos uma campanha para que ninguém que goste da caça vote em quem persegue pessoas honradas que praticam esse desporto, porque gostam da natureza. O caçador faz a ponte com o interior, é o primeiro defensor dos ecossistemas e o que mais sofre com a degradação da natureza, causada por incêndios ou abandonos.

Não podemos continuar a ser humilhados e a ser tratados como malfeitores!

Divulguemos este pedido e não nos esqueçamos: quem nos trata mal, não merece o nosso voto! É o mínimo que fazemos pelo respeito que devemos a nós mesmos.

Com cumprimentos.

10/09/2008
João Baptista Magalhães

Estou completamente de acordo com este senhor

Permita-me que discorde de alguns destes pontos de vista, mas a responsabilidade desta imagem não dignificante foi (e ainda é) resultado, na maioria das vezes, da nossa actuação como caçadores.
_Será que o tempo do mata mata já passou?
_Será que já passou a moda do dependura dos troféus nos carros e reboques, que tanta indignação provoca na sociedade civil?
_Será que já somos ecológicamente correctos quando andamos no monte?
_Será que já respeitamos integralmente a propriedade privada?
_Será que cumprimos escrupulosamente as normas de uso e manuseamento das armas?
_Será que levamos à risca as normas de ética do caçador?

Reparem que também me estou a incluir, porque nisto não há santos e pecadores, somos todos humanos e o ser humano tem as suas fraquezas.

Continuamos a ouvir histórias de indivíduos que ao chegar ao fim da época vão às associativas para limparem tudo o que restou e ainda mexe, porque pagaram e é deles. (Se não matamos nós, mata a doença... Pro ano logo se vê!...)

Continuamos a ter pessoal multado porque os documentos não estão em conformidade ou os cartuchos vazios ficam no mato. (Isto é perseguição das autoridades. Quando cheguei já lá estava cartuchos no chão e se ficarem mais algum não à crise...)

Continuamos a ter noticias que os caçadores entram num pomar, milheiral ou outro campo cultivado qualquer e não é respeitado. (Não é meu, só vim caçar e a fominha ou a sede apertaram...)

Continuamos a ter acidentes de caça que nunca deveriam acontecer, seja ele de que natureza for.
Um indivíduo faz uma demonstração (ao que dizem aqui pelos fóruns de caça) dá um tiro no cão é uma tragédia, mas continua em prova e nada lhe acontece.
Um caçador é encontrado morto num milheiral devido ao fogo cruzado é uma fatalidade..., não se devia caçar nestas circunstancias, mas caçou-se e o resultado está à vista, alguém ficou viúva e/ou órfão...
Aparece um filme com um caçador aos pontapés a um javardo, é um espectáculo... um caçador no seu melhor!

São destes acumula de erros que põem com a sociedade civil de olhos afilados nos caçadores e com os dentes afiados qual hiena atenta ao nosso levantar de alerta. O resultado é o que já se sabe, maiores dificuldades criadas pelo Governo e fiscalização mais apertada por parte das polícias.

Infelizmente o facto de se ter instrução militar, seja ela em que patente for, ou de se ser caçador à largos anos não é garante de coisa nenhuma. Se não impuser-mos a nós próprios grande rigor no que estamos a fazer com uma arma na mão não adianta cursos, palestrar, instrução ou o quer que seja.
Já tive várias patentes ao meu lado que em questão de armas eram uma nulidade e já tive caçadores que nem desmontar ou limpar uma caçadeira sabiam.

Não é o maior rigor na atribuição de licenças de uso e porte das armas de caça que vai alterar alguma coisa, tudo começa em nós, nos nossos actos, no nosso comportamento, na nossa mentalidade.

Penso que já é tempo de vermos a caça não como um mero desporto, mas como uma forma de estar e de agir. Não se é caçador só na época venatoria, é-se caçador o ano inteiro.

Um abraço,
Cunha Gomes

Gostei de ler e infelizmente é verdade, porque por causa de uns pagam outros, sabemos que são realidades e que como se refere acima existem patentes que não percebem peva de armas e por vezes nem de leis ou de respeitar a propriedade alheia, porque esses sim, se se acham superiores então deviam ser os primeiros a dar exemplo, mas quando falo de patentes, esses não são os piores, há aqueles que estão por detrás de todas as leis e a unica coisa que sabem é meter cartuchos e puxar o gatilho.

Uma outra realidade é agora nesta altura muitos caçadores abandonarem os seus cães, por vezes aparece nos jornais e todos dizem que os caçadores não fazem isso, a verdade é que fazem, agora menos, desde que foi obrigado usarem chip.

Isto são tudo realidades, só espero que com o tempo a mentalidade das pessoas vá mudando

Cumps