A engodagem e a sondagem prefazem o conjunto das operações mais importantes na pesca desportiva. Quando vou pescar com os amigos, noto que bastantes pessoas engodam de qualquer maneira. Por vezes cai um bola de engodo 1 metro antes da boia, logo depois cai outra 2 metros depois e por diante. Talvez na pesca a brincar isso não seja importante, pois o convivio é o que mais conta. O mesmo já não se pode dizer da pesca de competição. Em julho de 2001, durante uma prova da 2ª Divisão Nacional, aconteceu-me uma coisa que retrata bem os problemas da engondagem. Quando se tem que manter um ritmo certo de tiragem de peixe, é muito complicado trabalhar a engodagem. Um dos aspectos que por vezes deixa os pescadores de competição fora de si, até ao ponto de atirarem com a cana, é o facto dos peixes se desferrarem. Pois bem, a primeira coisa que nos vem à ideia é o anzol, coitado é sempre o culpado. E é então que colocamos um maior. Qual não é o espanto quando as coisas ficam na mesma, ou pior. A engodagem é muitas vezes a culpada. Como dizia à pouco, durante a prova da 2ª Divisão Nacional, em Cabeção, aconteceu-me isso mesmo. Levei cerca de 30 minutos a descobrir o que se passava. Eu estava a pescar com asticot branco no anzol. A certa altura deixei de mandar asticot colado e passei a mandar solto pois os colados estavam muito humidos e pegavam-se bastante às mãos (para quem desconhece deve-se ter à mão farinha de milho que esta não permite que os asticots se colem às mãos), para ajudar eu tinha perdido a farinha de milho. Bichos soltos só tinha vermelhos e amarelos, não liguei e foi mesmo desses que usei, qual não é o meu espanto quando ao fim desses tais 30 minutos quando decidi colocar asticot vermelho no anzol já num acto de desespero, pois a partir daí não se desferrou mais nenhum. Isto não significa que se deve engodar e pescar com asticot vermelho. O que isto explica é que os peixes tem gostos muito certos em cada dia, provalvelmente ficaram desconfiados de andarem asticots brancos no meio dos vermelhos. Atenção que às vezes é ao contrário, são os asticots que diferem dos que usamos na engodagem que dão melhor resultado.
Quanto à engodagem inicial pouco à dizer, normalmente em competição deita-se quase sempre cerca de 2 a 3 kg de engondo (farinha), cerca de 1m ou mais antes da boia, consoante seja o fundo liso ou inclinado. O principal cuidado a ter, e que muitas vezes é fatal a muitos pescadores no inicio de uma competição são os buracos e as grandes inclinações.
Aqui o ideal seria depois de conhecida a barreira mandar menos engodo e mais ceriais, pois senão correriamos um grande risco, também não seria má ideia preparar uma cana de carreto para pescar exactamente no buraco, não fosse o peixe ficar lá mesmo que nehuma ou quase nenhuma bola escorregasse, visto ser uma zona muito afundada.
Estes dois casos apresentados reflectem a genarilidade do que de mais grave pode acontecer. O resto é treino. Por vezes num local e numa certa altura os peixes preferem os asticots noutras alturas o engondo, etc.
Um local carismático em que a manutenção do peixe (em termos de ritmo) é fundamental e por vezes bastante complicada é sem dúvida o Chopal em Coimbra. Acontece bastantes vezes o peixe tornar-se de um momento para o outro muito complicado de ferrar. Por vezes e quase sempre é falta de comida que os leva a picar com muita viloência e por consequência ficarem mal ferrados, ou nem sequer engolirem o anzol, mais engodo e com mais ritmo resolve a situação.