O LOP
Uma pequena introdução histórica:
LOP são as iniciais de Livro de Origens Português e trata-se de um registo genealógico fundado pelo Clube Português de Canicultura em 1936. Note-se que outros países europeus já detinham livros de origens há muito mais tempo, desde o Século XIX, nomeadamente a Alemanha, país onde se fundaram alguns dos clubes de raças caninas mais antigos.
Nos finais do século XIX existiam muitos países com sociedades caninas e clubes de raça, onde cada um tinha um sistema de classificação de raças diferente. Para racionalizar estas diferenças e uniformizar o conceito das várias raças em todos os países formaram a FCI, Federação Cinológica Internacional, que é neste momento a autoridade máxima no reconhecimento de raças novas, revisão dos standards, etc.
Os cães registados no nosso LOP são reconhecidos pela FCI.
O que é?
O termo LOP poderá não ser familiar a muitas pessoas, mas quem nunca ouviu falar em "pedigree"? Exacto, o registo no LOP é o equivalente português ao termo pedigree.
O registo no LOP é um documento que certifica que o cão que o detém pertence a uma determinada raça. Nesse documento podemos ver a ascendência do cão até aos seus bisavós, e que todos os cães da sua família são pertencentes a essa raça.
Na impossibilidade de se garantir inequívocamente a raça de um animal somente pela sua aparência e não havendo nenhum tipo de teste ou certificação genética para certificar a pureza de raça de um cão, o registo no LOP é a única forma de provar que o animal é de raça.
Logo e teoricamente, pode dizer-se que um cão sem LOP é de raça indefinida, embora na prática as coisas não sejam tão lineares... Vejamos, um casal de cães com LOP da mesma raça que produzem uma ninhada: os cachorros não foram registados do LOP. São puros? São. Pode provar-se? Não. Isto daria tema para outro tópico, mas reparem que não faz sentido reproduzir cães de raça pura e não registá-los no LOP...
Como se obtém o LOP?
Para que um cachorro tenha registo no LOP a condição essencial é ser filho de pais com LOP.
No caso das raças Portuguesas existe a possibilidade de um cão sem LOP ser apresentado a juízes dessa raça para que o avaliem. Se a avaliação for positiva e se esse exemplar se enquadrar no padrão da raça, o CPC poderá atribuir a esse cão um RI ou seja, Registo Inicial. Esse cão vai ser o fundador da sua linhagem, ou seja, não terá quaisquer ascendentes registado no Livro de Origens.
O criador é que pede a inscrição da sua ninhada no LOP, ou seja, não cabe aos donos fazerem o registo no LOP. Quando se adquire um cachorro de raça ele obrigatóriamente já estará inscrito no LOP. Ao novo proprietário é entregue um registo provisório que obriga a que o novo dono se cadastre como novo proprietário do animal (e lhe coloque o micro-chip) junto do CPC, recebendo depois o registo definitivo, onde consta:
O número do registo;
O nome do animal (escolhido pelo criador, o novo dono pode pedir ao CPC a mudança de nome mediante o pagamento de uma taxa);
Os seus títulos em exposições caninas;
A sua raça e o nº do standard dessa raça na FCI;
A sua cor e / ou variedade;
A sua data de nascimento;
O seu sexo;
O nº do micro-chip;
O nome e morada do criador;
o nome e morada do proprietário;
O resultado do despiste da displasia da anca (caso tenha feito e o dono tenha solicitado a sua inclusão no registo)
A árvore genealógica do cão até aos bisavós, com nomes dos animais, títulos em expo e nº de registo.
Citação Arcadenoé