Nós éramos cinco caçadores e fomos até ao concelho de Serpa por convite do amigo Pedro. Um jovem de 77 anos, cheio de vitalidade, grande amante da caça e com sotaque alentejano muito vincado.
A herdade onde caçámos está muito bem cuidada com olivais e montado, e o amigo Pedro têm resistido às tentativas de compra por parte dos espanhóis. Fomos convidados para lá caçar, mas não podíamos defraudar o nosso anfitrião, sob pena de deitar a perder outras oportunidades.
A pressa não existe por aquelas paragens, não estivéssemos nós no Alentejo. Eu próprio fui repreendido por ter abandonado um lance de caça quando já nada fazia antever que alguma coisa acontecesse. O facto é que uma lebre ainda saltou á minha frente e foi embora sem levar fogo.
A herdade praticamente não tem coelhos embora já tivesse sido muito boa. As lebres são poucas, mas vão persistindo. Há algumas perdizes e os tordos já se viam em abundância.
Os veados e os javalis vão aparecendo e até nos saíram dois veados que não levaram tiros porque não estávamos preparados com balas.
A jornada de caça é muito incómoda apenas porque é necessário saltar muitos aramados. Mas foi divertida apesar de terem comentado que foi uma jornada de caça muito fraca.
Houve um almoço já bastante tarde, e a promessa duma nova jornada ainda para esta época. Falou-se mais do próximo almoço, lá no monte, do que da próxima caçada.
Boa gente sabe interagir convivendo e divertindo-se. É isto que na caça ainda vai prevalecendo.