Litos, cumprimentos cordiais aceites, e igualmente retribuidos. Paz e amor é o que o pessoal precisa
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Sobre o que o meu amigo Denis disse das armas serem bem agarradas, concordo com ele até um certo ponto. Em diversas trap que tive, e nas que experimentei de outros amigos, estando elas mais curtas ou compridas desde que as apertasse bem contra mim nunca fiquei pisado ou grandemente marcado, apesar de que, se estiverem à minha medida ou perto, sentem-se sempre um pouco mais confortáveis que estando muito longe da minha medida. Ainda, o amigo Denis sabe muito bem qual a sua medida e pela sua estatura física é capaz de ter umas medidas muito dentro do standart da industria armeira, e às tantas nunca andou a atirar com armas muito longe do seu ideal, digo eu...
Já nas armas sporting ou de caça, apesar de ter anos a dar tiros, no momento de executar nunca me agarro a elas com muito força pelo que, se me estiverem demasiadamente curtas "desfazem-me" com porrada, talvez porque eu no compack, percurso ou na caça as encaixo com suavidade no ombro sem as apertar muito contra mim, e elas ou me estão bem no comprimento e são confortáveis, ou não estando batem-me com fartura.
O meu amigo Denis sabe bem que quando passo num campo de tiro tenho dias que num compack ou num percurso de tiro só me sinto satisfeito após dar bem ao dedo, e muitas das vezes é num instante enquanto gasto 200 ou mais tiros num curto espaço de tempo e algumas das vezes em dias de muito calor e com cartuchos de 28 gramas algo agrestes (rijos) o que ainda acentua mais o bater das armas, ainda por cima porque tenho o vício de dar tiros e mesmo quando o prato é simples se sobrar algum bocado maiorzito que dê para dar mais uma bujarda lá vai o segundo tiro no caco, ohh vício danado de puxar o gatilho
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Esta introdução toda foi apenas para vos contar aqui uma pequena história sobre o que uma pequena alteração na arma pode, ou não provocar, e como estas coisas dependem de pessoa para pessoa, e o porquê de mesmo com as melhores ajudas de coronheiros depois termos que experimentar na prática para descobrir quais as alterações que resultam, ou nem por isso...
Há dois anos no final da "minha época dos pratos" (até começar a caça) fui a um conceituado coronheiro para trocar o calço de origem (que estava uma lástima, a borracha tinha ficado toda gretada e ficado "rija como o ferro", os calços envelhecem...), e já que estava para colocar um calço novo deixei o melhor modelo a colocar ao critério do coronheiro.
Recomendou-me um Pachmayr SC100 de 25 mm para mantermos a coronha com o mesmo comprimento que tinha (o de origem era também ele de 25 mm), e que, na opinião dele era o melhor calço sporting no mercado porque ao levar a arma rapidamente ao ombro este nunca se prendia na roupa devido a ter um topo de plástico rígido e escorregadio. É este:
A arma esteve parada toda a época de caça, e quando esta acabou comecei a dar novamente uns tiros na louça, nada de especial a assinalar.
O problema começou quando a roupa foi sendo cada vez menos com o avançar da época, e só de T-shirt me aparecia um ligeiro vergão de sangue pisado na parte superior da cova do ombro e algumas dores no ombro durante os dias seguintes a qualquer abuso em número de tiros, e então se desse uns tiros de 36 gramas nos pombos de caixa pior ainda ficava.
O calço era relativamente macio, e nem nunca pensei muito no mesmo. Decidi colocar um espaçador e aumentar em 6mm o comprimento total da coronha, porque associei o problema a "menos roupa, coronha ficou mais curta e sinto mais o recuo".
A arma passou logo a bater um bocado menos e a não marcar, apesar de ficar a ver um pouco menos de fita que o que gosto derivado do maior comprimento, mas mesmo assim de vez em quando (quando dava mais tiros) lá tinha a dor no ombro.
Até pensei, será que arranjei alguma lesão nos ligamentos do ombro? A arma antes tinha o mesmo comprimento e nunca me magoou, isto só começou depois da mudança do calço"
Um dia, em conversa com o meu amigo Hélio, contei-lhe o sucedido, e disse-me ele "Oh pá, livra-te o mais depressa possível desse tipo de calço senão vais ficar com algum problema no ombro, já tive um desses na DT-10 e acontecia-me o mesmo. Coloca antes o calço Pachmayr D752B, que é de borracha mais macia e sem aquele topo plástico rígido, e vais ver que nunca mais tens dores no ombro". Igual a este:
Lá fui novamente ao coronheiro para colocar o calço sugerido pelo Hélio.
O coronheiro disse-me logo que o vergão não podia ser do calço SC100 que ele tinha vendido e colocado na minha arma, que aquilo era um calço de topo, do melhor, etc e o que recomendava em número 1 para qualquer arma de caça ou sporting, mas, desta vez, não fui em cantigas e disse-lhe que quem dava tiros com ela era eu e não ele, e que era assim que eu queria e ponto final no assunto.
Resultado, com o novo calço D752B e sem o espaçador de 6mm, a arma novamente com quase 38cm de coronha (como era dantes), e nunca mais tive uma só marca vermelha, nem ao de leve, nem dores no ombro, desse eu 200 ou 300 tiros seguidos, com cartuchos rijos ou macios, com cargas mais pesadas ou mais leves, parecendo agora uma pressão de ar no recuo sentido quando comparada com qualquer outro calço que lá tive antes.
Esta pequena/grande história para vos dizer o quê?
Na coronha de uma arma, qualquer pequena alteração poderá ter grandes implicações no comportamento da mesma, pequenas alterações podem provocar grandes alterações no conforto sentido, e que, qualquer recomendação ou alteração, mesmo que seja dada ou feita pelo melhor profissional do ramo só na prática é que se consegue ver qual o resultado, e ainda, cada indivíduo é um caso, cada pessoa tem a sua forma de encarar / segurar a arma, e o que em umas pessoas se aplica, em outras nem por isso.