Quem foram os primeiros humanos a caçar? Homens? Mulheres?
Ora veja a seguinte reportagem:Os primeiros humanos a caçar com armas terão sido mulheres
As mulheres poderão ter sido os primeiros humanos a caçar usando armas. Um estudo recente sobre o comportamento de um grupo de chimpanzés sugere que a ideia pode não ser tão excêntrica quanto parece.
A antropóloga Jill Pruetz, da Iowa State University, nos Estados Unidos, descobriu em 2007 que um grupo de chimpanzés da região de Fongoli, no Senegal, usava varas afiadas como lanças.
Os primatas atiravam as lanças através de buracos nas árvores, normalmente ninhos de galagos, pequenos primatas nocturnos da família dos lémures, para os fazer sair do ninho.
Tia, uma chimpanzé fêmea adolescente, usa frequentemente armas para caçar
Pruetz e a sua equipa observaram 308 caçadas com armas entre 2007 e 2014.
61% destas caçadas foram feitas pelos chimpanzés fêmeas – apesar de estas serem apenas 31% dos caçadores.
Os chimpanzés de Fongoli são até agora os únicos que se sabe que usam armas para matar ou ferir caça, embora se conheçam chimpanzés – de novo, fêmeas – em outras regiões de África que usam paus para forçar térmites a sair dos seus ninhos.
Pruetz suspeita que a predisposição das fêmeas de Fongoli para a caça poderá ter a ver com o espírito de cooperação deste grupo de chimpanzés, maior do que o habitual – o que diminui a probabilidade de a fêmea perder a sua presa para um macho maior.
“Não há propriamente um grande incentivo para ir à caça, se logo a seguir à caçada nos roubam a presa”, diz Pruetz à New Scientist.
A relativa escassez de caça na savana de Fongoli poderá ter estimulado os chimpanzés a ser mais inventivos na hora de caçar – e a cooperar.
Segundo Pruetz, se são as chimpanzés fêmeas a tomar a iniciativa de usar armas para caçar em Fongoli, é provável que o mesmo tenha acontecido com os primeiros humanos.
A antropóloga Jill Pruetz com uma das varas afiadas que os chimpanzés de Fongoli caçam galagos
“Talvez a capacidade inventiva na caça seja uma característica das fêmeas”, diz Pruetz.
Segundo a antropóloga, não será possível encontrar achados arqueológicos que o provem – há apenas a possibilidade de fazer uma análise comparativa de comportamentos.
“Mas isto talvez nos obrigue já a repensar essa velha ideia do macho caçador”, diz a cientista.
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