De facto todas as questões levantadas são pertinentes e têm a sua razão de ser, mas o fundamental para que a caça, principalmente os coelhos,  esteja cada vez mais em decadência são as graves doenças que atacam esta espécie. Na alimentação, constata-se que nem todas as zonas de caça, no seu coberto vegetal, existam terrenos semeados. Em zonas de pinhal é dificil, ou quase impossível isso acontecer, o centro do País é ex., tambem no norte, derivado ao seu terreno montanhoso, as condições não são muito favoráveis a grandes áreas de terreno semeadas, mas o que é um facto é que o coelho bravo por lá existe adaptando-se a uma alimentação baseada do mato existente, o que revela que os terrenos todos semeados, o que é impossível, não é a solução para o problema. Já no Alentejo, se-calhar já há mais hec. de olival do que terrenos semeados com cereal o que sendo um meio importante para a alimentação desta espécie não é o principal motivo para o seu equilíbrio, ataca-se este problema mais por questões politicas do que propriamente pela sua importância, na alimentação há alternativas viáveis para suplantar a falta de alimento natural.

O que fazer então para que se possa inverter esta tendência, na minha opinião, primeiramente aprender com os erros cometidos que foram e continuam a ser muitos, tais como repovoamentos efectuados sem nexo algum e muito menos haver capacidade e conhecimentos para os fazer, depois existir um mais adequado respeito para o que se está a passar, quero eu dizer que os caçadores são por norma egoístas e têm por objectivo o que nada é correcto para fazer face a este problema, procura-se quase sempre a quantidade em vez da qualidade do produto, nesta questão incluo tambem o administrar e gerir uma ZC , por norma e com facilidade se sacude a agua do capote apontando sempre a responsabilidade dos prejuízos a outros, é uma questão cultural que não existe só na caça.

É importante tambem falar sobre a legislação que, com alguns defeitos , aponta para que os caçadores zelem por aquilo que lhe diz respeito, mas contrariamente ao que interessa afirma-se, com desplante, que o estado é que tem que assumir as responsabilidades deste problema que por causa do nosso desleixo  agrava-se e nos leva a contornos que dificilmente de lá sairemos se sairmos. Entendo que nesta área o estado terá sempre que obrigatoriamente disponibilizar meios financeiros e humanos aos caçadores é para isso que nós pagamos impostos, todos e mais alguns , mas sempre a sermos "nós" a gerir aquilo que nos diz respeito, só assim seremos competentes de usufruir de um bem que nos envolve nesta actividade ludica.

Teremos tambem que, para que tudo aconteça, ser muito mais reivindicativos em vez de á "boca cheia" estar-mos com provocações gratuitas, por ex. pressionar as federações de caçadores com medidas serias tais como, não pagar a quotização anual, nas associações os caçadores têm voz e palavra importante para que de uma vez por todas os "tachistas" sintam que nós não somos uns "pategos" quais queres o que por norma, na minha opinião, acontece e á vista de todos, até daqueles que não gostam nada de nós, principalmente nos foruns de caça o que é demais, para mim, constatar esta realidade.

António Mota.