Boas.
Com dizia um amigo meu; tantos dias para ir à pesca e logo escolheste ir neste.....
Tanto tempo de sequeiro, tantas consultas no windguru, tantas congeminações pensadas e o bichinho vai atacando até chegar ao ponto; É HOJE!
E foi!
O Mar mais que bruto, partia por todo o lado não deixando muitas alternativas. A chuva não dava tréguas, mas sem dúvida era o vento que me manteve até ao último momento a pensar. Só me restava uma alternativa; Cova do Vapor.
Com temporal forte no Mar o peixe aguentava-se por ali, restava saber se ainda assim era.
Carro estrategicamente estacionado para aguentar o temporal e vai de montar as canas. Tinha dois carretos para reensinar a pescar uma vez que estavam muito mal habituados por uma certa pessoa...
, com linha novinha em folha. Num ápice estava a subir uns pedregulhos de uns dois metros de altura para fazer os primeiros disparos, Safa! Vento do caraças; pode ser que abrande no virar da maré....
Com dois "calhaus" de 200 gr, as canas lá se aguentavam espiadas à espera dum pexito esfomeado que passa-se por ali, mas não estava fácil; bátegas de chuva, rajadas de vento que ora sopravam de NW ora de N e as vagas que batiam no molhe, tudo conjugado para uma rica noite para estar no sofá a ver televisão.......Mas não, hoje é mesmo noite de pesca!
Anzois limpos mas montagens soltas, dava para pescar. Um sargote agora outro daqui a bocado até que vejo realmente um toque de jeito, estava lá...Subida e descida até zona segura e uma bela baila saltava do rebuliço de espuma.
Meia maré, o mar a engrossar e a chuvinha a assentar, fazendo-me "passar" com tanta limpeza de óculos, (porque não inventaram ainda um limpa pára-brisas para os óculos?
) a faina lá continuava com as iscadas "de casamento" de grandes coreanas que fugiam das agulhas mesmo depois de enfiadas
até que vejo a linha de uma das canas a afrouxar seguido de uma porrada "daquelas"...Corri para a cana, estico a linha e ..,...Está cá! Àquela distância e a cabecear desta maneira é um peixe bom, subo de novo as pedras e tento descer até ao máximo onde seria seguro fazê-lo, sempre com a linha em tensão inicio a recuperação lentamente ao mesmo tempo que pensava como cobrar o peixe, uns vinte metros separavam-me da água, não podia meter chalavar (nem o tinha levado), não havendo ninguém por perto só restava uma solução; içar o peixe em peso. Forço a recuperação para o pôr à tona e ver a alguma distância o exemplar e assim calcular onde o podia colocar para o levantamento...
Não estava fácil, cada vez que forçava o peixe investia para o fundo. Vamos lá acabar com isto, pensei; pior não pode acontecer, mas aconteceu; a uns dez metros da pedra lá vejo finalmente a bocarra escancarada de um bom robalo e fónix!!!; no anzol de cima....(Eu e a minha mania de pescar com dois estralhos com estas condições.....
)
Bonito, lá se foi o plano A, só me restou o Plano B; içar directo já que não poderia correr o risco da chumbada enrocar na pedra e lá estava eu com o robalo que mal via devido à chuva na porra dos óculos a chegar à pedra e; Fé em Deus, na Kombatt e já agora no 0.30 do estralho.....
Veio direitinho até cá cima e uma vez mais se cumpriu a velha máxima; quem quer peixe, molha aquilo que a gente sabe...
Medido como a gente gosta, veio a acusar 3.860 kg.
Só cá em cima ao pé do carro e depois de limpas as viseiras, vi realmente o animal, era mesmo disto que tinha vindo à procura, afinal apesar do passar dos anos os pesqueiros funcionam da mesma maneira...Só temos de estar lá na altura certa
A curta viagem até casa teve um sabor especial apesar de gelado e encharcado até aos ossos; coisas que só nós entendemos.
Ficha técnicaCanas; Banax Kombatt 5 m
Carretos; Shimano Ultegra XSA 10.000
Linha do carreto: Trabucco TFORCE 0.35
Shockleader:Cormora SPIRIT Line 0.45
Madre das montagens: Gorila UC4 0.45
Estralhos: Seaguar Carbonpro 0.30
Anzois: Hayabusa FKS130 nº 2
Aquele abraço e vão à pesca!